terça-feira, 5 de março de 2013

Equilíbrio: o segredo da vida


Gurias, 

Com o tempo vocês vão perceber que tenho uma tendência a escrever sobre tudo aquilo que desconforta, alfineta e que por isso nem todo mundo gosta de abordar. Pois bem, no último domingo fui no cinema assistir ao filme "O lado bom da vida", que rendeu o Oscar de melhor atriz à Jennifer Lawrence. Trata-se de uma encantadora comédia dramática sobre duas pessoas com transtornos emocionais, cada qual com seus problemas psicológicos e características específicas. 



O filme é encantador, as atuações são fantásticas, o pai do protagonista, um jogador compulsivo portador de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)  é representado por nada mais que Robert  De Niro, em uma performance incrível. O filme reforça minha opinião sobre o universo emocional do ser humano como um todo. Explico.

Sempre desconfiei de gente normal demais. Gente que é feliz o tempo inteiro me assusta. Aquela cara de paisagem persistente, com música de propaganda de margarina ao fundo... Obviamente que todos fantasiamos uma vida perfeita, mas quem vive a realidade sabe que não será assim diariamente, ao longo de, sei lá, 50 anos!

No filme, o protagonista é internado em uma clínica psiquiátrica após uma crise nervosa desencadeada pelo fato de ter flagrado sua esposa o traindo. Na vida real, o gatilho pode ser a perda de um familiar, uma crise financeira séria, um divórcio, a morte do animal de estimação, uma demissão, uma desilusão (ninguém pode medir a dor do semelhante). O fato é que o castelo desaba e o indivíduo perde as estribeiras e o juízo.  A confusão está armada! O que fazer com ele? Conversar, mas ele não entende, está obcecado. 

No filme, pela ideia de retomar o casamento, nas crises reais, cada um fica obcecado pelo objeto que perdeu. Cada um à sua maneira, eventualmente com ajuda profissional e sempre com a contribuição familiar, o “transtornado” vai enfrentando seus fantasmas, passando pelos estágios de sua crise, enxergando as coisas  mais claramente, até que um dia, surpresa! Passou! E ele, ou ela, não apenas sobreviveu, mas amadureceu, ficou melhor, porque entendeu que o segredo da vida não é a felicidade como sempre nos ensinaram. O segredo da vida é o equilíbrio.

Por essas e outras, me sinto incomodada com o comportamento recorrente do ser humano, mesmo que seja cultural... Quando pessoas que se conhecem,  ficam paradas em algum lugar como a manicure ou a fila da padaria e aproveitam aquela oportunidade para trocar impressões sobre a traição sofrida pelo fulano, ou a crise enfrentada pelo beltrano. Parece clichê falar de fofoca e nem é isso que me incomoda, mas a falta de sinceridade das pessoas sobre si mesmas e de solidariedade com as demais, afinal estou absolutamente certa de que 90% daquelas já passaram por situação semelhante, mesmo que ninguém saiba.

Enfim, uma passagem do filme para finalizar: a Tiffany diz ao protagonista que talvez eles, com todas as suas características emocionais, sejam diferentes e vejam coisas que os outros não vêem... Sintam coisas que os outros não sentem... Marias, queridas... Se isso é não ser normal, agora tenho certeza de que não sou!

Beijo no coração!
Até a próxima.
Tassi Maria

Um comentário:

  1. mais uma vez parabens pelo texto e pelas palavras tassi ta divino diz ai da onde vc tira tanta inspiracao? bjx

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