Os romanos falavam que a humanidade precisava de pão e
circo -“panis et circenses” – quando
ouvi isso a primeira vez muito me incomodei porque a humanidade precisa muito
mais do que isso, pensava eu do alto da minha razão infantil. Precisa mesmo?
Com o passar do tempo descobri a força das simbologias e
então “pão” já não era apenas uma mistura de farinha, água e fermento –
basicamente – mas ganha uma forma muito maior: pão é subsistência, é o que eu
preciso materialmente para viver. Pão é trabalho, é casa, comida, água, roupa e
por ai.
Em contrapartida “circo” deixou de ser uma lona estendida
onde eu me embugava de maçãs do amor nas tardes de verão no escaldante sol de
Antônio Prado - sempre sem animais,por favor! – e ganha a dimensão do lúdico,
do prazer. Circo é graça, é diversão, parque com amigos, banho de rio, pisar na
areia, banho de chuva, happy hour com amigos, pintar a parede da casa por
diversão, cinema, filminho, boa música, teatro, poesia e por ai.
Pão é o circo do
Corpo e Circo é o pão da Alma. Com isso acho que consigo sintetizar a ideia que eu
quero passar e daí percebo que sim, os romanos tinham razão: o que os cidadãos
precisam é de pão e circo, na medida certa e a medida certa é do equilibro que
cada um sabe pra si mas - sem esquecer que o saudável prescinde de equilíbrio.
Ninguém vive só de pão. Ninguém vive só de circo. Mas também ninguém vive sem
pão e nem de forma saudável sem circo.
Já não acreditava que o mundo iria acabar no dia 21 de dezembro (na verdade estamos
acabando com ele dia-a-dia, mas isso é outra história). Mas creio, sim, que
tenhamos obrigatoriamente que mudar nosso ponto de vista sobre nossa relação
com o mundo e eu sugiro que seja esta nossa premissa: vamos buscar pão e circo
na medida em que precisarmos, não de mais nem de menos, mas o suficiente para
atender nosso corpo e nossa alma.
Este é o meu desejo para o ano de 2013.
Um forte abraço!
Mônica "Maria"