Cada uma das seis deusas gregas é uma parte da deusa mãe que foi
fragmentada, diminuída e dividida para destituir o poder da força feminina.
Quando a deusa mãe foi suprimida pelo modelo civilizatório, as mulheres
passaram a viver profundamente alienadas de si mesmas e do cerne da sua
feminilidade. Os arquétipos podem chegar a possuir culturas inteiras,
tornando-as neuróticas, neuroticamente submissas à autoridade, por exemplo.
O sistema patriarcal fragmentou a deusa mãe em seis figuras
míticas: Atena, Ártemis, Hera, Perséfone, Afrodite e Demeter. A cada uma foram
atribuídas características particulares que representam a psique da alma
feminina.
Atena – deusa guerreira coloca sua carreira a frente dos
relacionamentos, dos filhos e da família. Busca sua independência medindo
forças no mundo dominado por homens. Atena representa o poder profissional do
patriarcado suas preocupações são mentais e profissionais anulando sua meiguice
e feminilidade.
Afrodite – deusa do amor, da beleza e da criatividade, coloca os
relacionamentos a frente de tudo. Ela quer que seus relacionamentos sejam
amorosos independentes do tipo, amigáveis, sociais, espirituais.
Perséfone – deusa dos conhecimentos paranormais, do invisível,
da mediunidade, coloca suas visões a frente de tudo.
Ártemis – deusa da natureza selvagem, dos ciclos da lua, e todos
os outros ciclos naturais. Não se encaixa no mundo civilizado.
Demeter – deusa da maternidade, da criação e dos cuidados com a
prole, coloca os filhos a frente de tudo.
Hera – deusa do matrimônio, das relações familiares, coloca a
família acima de tudo e de todos.
De modo que a Mulher Afrodite envergonha-se de sua sexualidade.
A mulher Atena questiona sua capacidade. A mulher Hera duvida de seu poder. A
mulher Demeter desconfia de sua fertilidade. A mulher Perséfone nega suas
visões. A mulher Ártemis não sabe interpretar sua sabedoria instintiva e
corporal.
O arquétipo da deusa mãe mora no íntimo de cada uma de nós e
clama pela inteireza de sua energia.
Bete Maria.