Como pode
uma palavra ser tão pesada? Depois de pronunciada ou escrita, não tem mais
caminho de volta. Se você nunca viveu, pode esperar... Pode ser no amor ou na
amizade, se é que existe diferença, pode ser de carne ou de coração, pode ser
real ou virtual. Traiu, quebrou! Foi! Mas foi o quê?
Ok, você
chorou, gritou, fez tudo aquilo que a Elis fez ao pé da cama... E daí? No fim
das contas a vida continua, ou não? É claro que dói, é claro que não dá para
fingir que nada aconteceu. Mas será que não dói tanto porque a traição traz em
negrito tudo aquilo que você mais odeia em você? E que talvez não tenha nada a
ver com isso, cada caso é um caso...
Site desta imagem: sobreavida.com.br
O fato é que
nós, mulheres modernas, somos criadas para dominar o mundo, buscar carreiras meteóricas,
dinheiro no banco, praticar esportes radicais, ser independentes de tudo e
todos! Se somos casadas, é por escolha e mantemos nossa independência. Aleluia!
Saímos com as amigas, mantemos nossa individualidade, não fuçamos no celular do
companheiro (coisa ridícula, aliás!), somos totalmente MAIS NÓS! Até que às 20
horas de uma noite qualquer um indício de traição dispara o alarme PERIGO!
O que é isso
que acontece com nós, mulheres incrivelmente incríveis, seguras, donas de si,
que se vêem vulneráveis, se perguntando quem é a Terezinha da padaria da
esquina? Deve haver uma explicação coerente para isso, porque de repente, não
importa mais se houve ou não a traição. O importante passa a ser: quem é a
Terezinha? Ela é bonita? Quantos anos ela tem? O que faz na padaria? É como se
nosso cérebro fosse abduzido!
Isso me faz
refletir sobre as pessoas que relatam terem sido traídas por amigos e sentem
incapazes de perdoar. Mas é claro! A um amigo você confia tudo! Seus piores
defeitos e pontos fracos são expostos sem nenhuma maquiagem. A um par, você
tenta enfeitar um pouco, disfarçar as imperfeições, mas um amigo conhece cada
falha e por isso essa traição de fato, é a mais perversa.
Na relação
homem x mulher, no entanto, cada caso é um caso. Meu humilde conselho seria:
deixe passar uma noite, chame a melhor amiga, tome muitas cervejas e chore
bastante. Depois, subtraia o sentimento de posse, faça um bom exame de
consciência (e seja sincera) e analise os fatos novamente. Daí você saberá que
decisão tomar. Lembrando sempre que a Elis era ótima, mas era bem dramática!
Tassi "Maria"