A edição de fevereiro da revista Lola traz uma entrevista muito interessante sobre beleza com a psicanalista Joana de Vilhena Novaes. A análise dela vai de encontro à linha de trabalho adotada pela fisioterapeuta dermatofuncional Leandra Paes, uma de nossas "Marias". Intitulada Beleza não é caráter, reproduzo abaixo apenas duas das questões levantadas na conversa com ela:
LOLA: Por que a autoestima está tão ligada à beleza?
JOANA DE VILHENA NOVAES: O ser humano precisa da aprovação
do outro para ter uma vida emocional saudável psiquicamente. Todo mundo precisa
ser amado, ser visto e valorizado. A invisibilidade social é o caminho mais
rápido e infalível para gerar um adoecimento psíquico. O tempo todo estamos em
busca de aprovação de nossos pares.
LOLA: Qual é o problema de uma mulher usufruir de toda a
tecnologia disponível para se sentir mais bonita? Isso não é uma conquista?
JOANA DE VILHENA NOVAES: Nenhum, desde que não banalize os
riscos. As práticas corporais e cirúrgicas são bem-vindas para melhorar a
autoestima das pessoas, livrar o sujeito de estigmas, mas a classe médica,
muitas vezes ávida em realizar cada vez mais procedimentos e cirurgias, pode
não informar os riscos reais. Há cirurgias plásticas, como o lifting, que não
são mais feitas em hospitais. No meu livro O Intolerável Peso da Feiura,
homenageio uma das minhas entrevistadas, que morreu de forma estúpida: sofreu
um choque anafilático numa clínica particular, de um cirurgião muito conhecido,
e não houve tempo de ser removida para um hospital. Estou falando de uma mulher
com muito dinheiro, acesso à informação e ao que há de melhor. Costumo brincar
que, hoje, fazer uma lipo é compreendido como arrancar um dente na hora do
almoço.
Para refletir.
Bjs.
Gabi "Maria"
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