domingo, 1 de maio de 2016

Nossas identidades

 #diálogoscotidianos

Bem, quem ainda não me conhece,  saiba que adoro ficar "de butuca" nas "conversas de restaurante" , ou sacando o comportamento do casal de velhinhos que dá as mãos após pagar a conta. Aquela  criança que se aproxima do balcão de doces... , o carteiro/entregador de encomendas  procurando os números nos prédios... Parece que sempre quero encontrar uma pista sobre eles, no maior estilo Globo Repórter: "quem são? onde vivem? o que comem?" hehehe.

Não é por intrometimento, não! Apenas um costume para alguns dias de folga.

Hoje tudo está facilitado, pois posso fingir que olho o celular enquanto estou fazendo meus estudos sociológicos infundados. Não era assim quando os celulares não tinham internet. E não era assim quando recém havíamos começado a preencher nossas agendas nos aparelhos móveis.
Foi nessa época que flagrei "sem querer" um diálogo mais ou menos assim, no pátio de uma redação:
 - Deixa eu ver como é que tu anotou meu nome no teu celular?
- ? Tá ...[ e ela mostra o celular]
- Só isso? Fulano e inicial do sobrenome...
- Sim, por quê?
- [silêncio]
- Não gostou? Mas, não é o teu nome? aff.... queria que eu anotasse como?
- Sei lá... mas só fulano e uma letra... tu vai saber que sou eu?
[Ela responde irônica] - Tá então eu vou anotar  Melhor fotógrafo de todos os tempos/ Fulano COM SOBRENOME COMPLETO /da redação. Ok?

Não sei se riram juntos ou cada um seguiu para fazer matéria em separado. Saí de fininho, me dando conta de que muitas vezes acreditamos que nossa identidade não está em como nós nos apresentamos, mas sim na maneira como os outros nos identificam.

Para uns, sou filha do Joel e da Fátima; para outros sou a mana da Jô, da Grazi, do Diego ou do Thiago. No colégio, sou a mãe do Davi. No show, sou a mulher do cara da banda. No trabalho sou a repórter do tal e tal veículos, sou assessora de imprensa de tal e tal empresa... e por aí vai. Mas o que importa? 

Não há problema algum nisso, somos filhas, irmãs, tias (bem isso eu ainda anão sou!). Somos  noras, cunhadas, profissionais, somos alunas em algumas disciplinas da vida e profes em outras. Somos múltiplas. Só não podemos esquecer de uma coisa:  somos todas  essas pessoas e funções ao mesmo tempo. Ou seja, somos únicas, somos nós. Somos Janaína, Tita, Gabi, Nina, Leandra, Mê, Beti, Gio, MARIA...

Bem, depois desse texto mudei todos os celulares que eu tinha identificados como "mãe de tal amiguinho" pelo NOME delas. É o mínimo, né, gente!  

Até a próxima!!! 

Jana Maria

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