Estava lá a mulher e o menino de cinco ou seis aninhos, debaixo de uma
marquise estreita esperando a chuva passar. Saiam de uma Festa Junina, daquelas
de Colégio, meio sem graça, meio sem música, com muita gritaria e pescaria de
badulaques.
Chovia forte e os dois querendo ir pra casa, naquele vai não vai,
debaixo da marquise. Só observando "a correnteza". Um aguaceiro
enorme que corria para o bueiro.
Até que viram uma garrafa pet. A mulher já começou a balançar a cabeça
negativamente. Como quem diz "mais um lixo que vai pro bueiro...Por que
as pessoas não cuidam? Não tratam com respeito o lugar onde vivem" e
outros blá, blá, blás...
Num rompante, o menino (que não tinha cara de estar pensando em nada) ,
soltou a mão da mãe e se lançou na chuva torrencial em direção à garrafa pet.
A mulher já correu atrás da criança que ia atravessar a rua e,
meio que desesperada, perguntava: o que tu vai fazer nessa chuva? Não se
deve atravessar a rua correndo!!! Cuidado! (etc., etc...)
E enquanto a mulher discursava e pregava, a garrafa continuava seu
trajeto em direção ao bueiro, cada vez mais perto de ser engolida pela boca de
lobo. E, provavelmente, depois voltar pra gente em forma de enchente.
O menino só disse "ué, mãe... eu ia juntar a garrafa! Tu não diz
que o lixo vai pro mar? "
A mulher então silenciou e os dois perderam o medo da chuva, e
conseguiram alcançar a garrafinha do outro lado da rua.
Final Feliz
Jana Maria
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