segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Novo Luxo


Ao contrário de muita gente, tenho outra interpretação a respeito da abordagem sobre o luxo retratada na reportagem da jornalista Tríssia Ordovás Sartori, na edição do final de semana do Jornal Pioneiro. Há 10 anos, trabalho com um segmento do mercado de luxo, que é o de joias, participando de várias palestras com alguns dos maiores especialistas e analistas do mercado consumidor. Conheço pessoas que têm milhares de dólares em joias e grifes e, nem por isso, são alheias ao verdadeiro luxo da vida, tão bem exposto pelos colunistas do Pioneiro. Muito antes pelo contrário. São mais conscientes em relação ao consumo do que muita gente por aí. Não julgo eles. A reportagem foi pertinente ao considerar, por meio de seus entrevistados, aquilo que o consumidor, de fato, busca em um produto de luxo. Hoje em dia, existe o que se chama de “tendência do pertencimento”. O consumidor busca o que ele gostaria de ser. E para ser, ele precisa pertencer a um grupo social que reforce sua identidade e sua personalidade, seja ele da classe AAA ou da Nova Classe Média brasileira que, a propósito, embarcou numa viagem excessiva de consumo, sem nenhum pudor. Veja bem: a questão não é “ter”, e sim, “pertencer”. Não há nada de errado com as pessoas que podem e gostam de comprar produtos de elevado padrão. E o aspecto do “pertencer” foi bem exemplificado pelos entrevistados que representam um perfil de consumidor que busca autenticidade, que é envolvido, engajado e  bem informado. O luxo das grifes consiste na prática do chamado marketing 3.0, que prioriza a humanização da marca. Assim, a classe AAA compra valores, e não simplesmente produtos. Valoriza o conceito, o imaterial, a aura do produto, aquilo que ele representa e simboliza pela sua história e tradição, e que desperta sua emoção. É uma fábrica de sonhos de consumo. Neste quesito, somente grandes marcas proporcionam estas experiências sensoriais. Quem compra uma bolsa Lady Dior, por exemplo, quer carregar consigo um pouquinho de tudo o que a Princesa de Gales representou. E isso, bem...isso é um luxo. 

Beijos luxuosos.
Gabi "Maria" 




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