terça-feira, 24 de julho de 2012

Espaços


No espaço criado não há espaço. Tudo foi preenchido. Os olhos, ouvidos, a boca cheia de formigas. Todo o vácuo já não é. Foi.

“Das lembranças que trago na vida” ficaram os pedacinhos que fervi, coei e servi o chá. Bebi em pequenos goles porque não precisava muito, porque era amargo demais e não dava pra sorver num gole só. Então veio o formigamento – esta formigas que enchem minha boca – e falta sensibilidade de parar.

Meus olhos não enxergam e eu não brinco no escuro porque não tenho o que perseguir. Desde que entrei ou fui entrada, posta e imposta, barrada a saída da sala do medo – todos os lugares nunca me abandonaram.

Quando eu comecei tudo isso, quando eu comecei a escrever tudo isso, eu conhecia tão bem o lugar no qual eu estava que não há via porque temer. Era confortável a comodidade que eu tinha, que eu tive ali. Foi embora (sono, sono, profundo sono dos goles do chá dos cacos da vida)".

Bjs.
Mônica Maria




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