quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cuidado...


Cuide-se, com o que não está escrito, com o que não está falado, como que ainda não existe.
Cuide-se nestas noites de meia-lua, ou de lua cheia, com os incensos ainda não queimados, as bruxarias não expostas, as encruzilhadas não vencidas.
Cuide-se do que ainda não há, porque sobre estes não há o que rezar, minha prenda, minha pedra, minha reza.
Cuide-se do olho que você não vê no espelho, porque você sabe que ali ele esta e você somente não o vê pela sua cegueira. Seu não querer ver.
A quem queremos enganar com profecias do amanhâ?
O creme desliza pelas minhas mãos e faz com que minha letra fique tremula. Mãos lisas e ideias firmes. Assim é. Assim será.
Quem disse que eu tinha que ouvir minha avó? Bengala, cabelo branco e reumatismo nenhum passo sem batom e pó de arroz. O que ela poderia me dizer?
- Não deixa teu cabelo crescer. Teu rosto é fino e não vai ficar bem.
Em algum lugar ouvi dizer que ela nasceu hoje, talvez dentro de mim, esta avó velha, sábia, vaidosa e afim. Nasceu assim e eu sem nem saber o que seria de mim.
Sem rumo sigo minha conversa com o papel, talvez seja hora de dormir.
Cuide-se pelo que ainda não sonhado, não vivido, não experimentado.
O gosto não sentido é sempre o mais procurado.

Bjs.
Mônica Maria


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