terça-feira, 25 de outubro de 2016

Mastectomia – você continua linda!


No mês de outubro, ouvimos propositalmente, falar muito sobre o câncer de mama. É o mês de conscientização do assunto. Por conta disso, desenvolvemos esse post. Porém, queríamos sair do convencional. Por isso trazemos um post que trata exclusivamente de uma situação que leva muitas dessas mulheres a enfrentar, a mastectomia.

Câncer de mama


O câncer é um processo delicado, o câncer de mama para uma mulher, nem se fala. Quando nos deparamos com a possibilidade da morte, questionamentos vem a nossa cabeça e a sensibilidade emocional é fortemente abalada. Ainda, durante esse processo de enfrentamento da doença é provável a perda dos cabelos e em grande parte dos casos é necessária a retirada de uma ou das duas mamas. Imagina então em uma sociedade completamente padronizada estaticamente, que não questiona o que é “normal” e as diferenças são hierarquizadas. Isso quer dizer, que se você for careca ou não tiver as mamas será feia, menos atraente e não será feminina. Será mesmo? Será que não está mais do que na hora de desconstruirmos esses paradigmas? Todas as mulheres carregam em seu corpo a sua história, que é diferente de todas as outras. Isso é a sua singularidade, isso que a torna naturalmente linda.

Possibilidade de Vida


A mastectomia é uma cirurgia que faz a remoção da mama. É indicada para evitar a progressão da doença quando a mulher apresenta carcinoma in situ descoberto precocemente e como forma complementar ao tratamento radioterápico e quimioterápico. Ela também pode ser feita de forma preventiva, como fez a Angelina Jolie. Esse caso é apropriado para mulheres que apresentam elevado risco de desenvolver câncer de mama, quando a mulher apresenta histórico familiar do mesmo câncer e quando a mulher já teve um câncer em uma das mamas.
Na mastectomia simples é removido o peito inteiro. Isso inclui o bocal, aréola, pele e os nós de linfa axilares presente no tecido do peito. Nem um músculo debaixo do peito é removido. Quando a cirurgia é executada nos dois peitos, é chamada de mastectomia dobro. Esta opção pode ser escolhida por alguns pacientes como uma medida preventiva.
Na mastectomia radical é retirada toda a glândula mamária, o músculo peitoral e os linfonodos da região da axila. Na mastectomia radical modificada são mantidos os linfonodos axilares e o músculo peitoral maior, retirando somente as glândulas mamárias.
Na maioria dos casos, a mulher poderá colocar implantes de silicone logo após a retirada da mama. Porém, existem casos em que essa prática é desaconselhada. Dessa forma, a mulher deverá esperar a autorização do médico para que ela possa colocar o implante. Após o tratamento é indicado que a mulher busque um fisioterapeuta pois ele irá atuar na melhora do movimento dos braços, que diminui por conta das cicatrizes da cirurgia.

Você não deixará de ser mulher por conta disso


Os parâmetros que o sistema impõe para o corpo "perfeito" influenciam fortemente nessa questão. É valorizado esse corpo "perfeito" como o essencial na atração sexual e isso está explícito na grande mídia, por exemplo.
Estudos demonstram que a depressão após a cirurgia na mama é uma resposta emocional comum. A causa mais frequente está ligada a alteração física em decorrência da cirurgia. O medo de não ser mais atraente sexualmente e de não ser feminina é o que aflige essas mulheres.
O fato é que você não é mulher apenas porque tem seios. Ser mulher é estar de bem com o seu feminino. Princípio que engloba entrega, acolhimento, receptividade, cuidado e flexibilidade para as transformações necessárias. Ser mulher é estar em contato com o seu corpo além da sua forma. É ouvir, sentir e acolher todos os prazeres e desprazeres que ele te proporciona.

Família


O suporte da família não se resume em atender as necessidades da mulher durante esse período enfermo. O suporte familiar deve aliar o afeto, o cuidado com à saúde da mulher e o bom relacionamento. É inevitável que diante do diagnóstico, a família enfrente tensões nervosas junto com essa mulher. Porém, o que se deve fazer é não deixar que elas interfiram nas relações dentro da unidade familiar. O amor dessa família deve estar a cima de qualquer coisa.
O amparo familiar auxilia muito para crescimento pessoal dessa mulher. Assim, cresce uma força positiva que é fundamental para que ela tome decisões importantes e transforme alguns conceitos e comportamentos. O afeto da família permite ainda que a mulher mantenha certa estabilidade para lutar contra essa doença e se conformar com as mudanças físicas possivelmente decorrentes. Assim, supre suas carências emocionais e trabalha a aceitação e a orientação comportamental.

Parceiro (a)


Por consequência da mutilação a mulher tende a se sentir diminuída na sua feminilidade, atratividade e sexualidade. Por isso, o relacionamento afetivo, quando existente, é fundamental para reestruturação e manutenção da estabilidade emocional, aceitação da sua nova imagem, autoconfiança e autoestima.
O papel do (a) parceiro (a), como falado anteriormente, pode ser essencial para (re) empoderar essa mulher. Assim, conforme estabiliza a doença, o casal volta a ter interesse pela vida sexual e começa a empenhar-se para um bom relacionamento sexual de ambos. É fundamental trazer à tona a intimidade e as carícias de forma que tanto a mulher quanto o homem descubram novos pontos de prazer. Com a adaptação, o relacionamento sexual tende a ser cada vez mais agradável, confortável e prazeroso.

Sociedade


As relações familiares não são as únicas afetadas pelo o câncer de mama, as relações sociais também sofrem impacto. A falta de informação quanto a doença que ainda possui uma conotação de contágio e terminalidade faz com que as pessoas ajam, em muitos casos, com falta de empatia. Diante disso, o valor que a mulher atribui a si mesma influencia o significado de sentir-se com câncer, e consequentemente, na forma de dar e receber afeto de outras pessoas.
Mulheres que já tiveram câncer de mama relatam o quão importante é o vínculo criado entre mulheres que passaram pela mesma situação. Pelo exemplo e história de suas colegas,
resgatam a sua força interior e aumentam a sua capacidade de enfrentamento. Grupos que apoiam essa causa são fundamentais para propiciar os encontros das mesmas.

Tratamento


Além da cirurgia, outros efeitos colaterais decorrentes do tratamento são aparentes, como a perda do cabelo e o ganho de peso. É natural que a mulher não se sinta confortável em sua nova aparência e, sentimentos de vergonha e embaraço ao se relacionar, principalmente sexualmente, podem se manifestar. No entanto, quando a mulher é capaz de reconhecer-se e aceitar-se nesse novo momento abre-se a possibilidade do outro fazer o mesmo e, assim ambos podem passar por essa fase de forma mais harmônica.

Você é linda!


O câncer de mama exige uma reabilitação não só física, mas emocional e social também. É uma jornada que exige da mulher luta para uma (re) construção.
Para desenvolvermos esse assunto tão singular e tão sensível, pesquisamos principalmente depoimentos de mulheres que passaram por essa situação. Compartilhamos todos aqui com vocês nas referências. Porém, o que mais nos chamou a atenção foi como essas mulheres enfrentaram a doença e saíram dela. Depoimentos trazem a palavra renovação. Renovação do corpo, da mente e do espírito. Renovação da consciência de mulher empoderada. Essas mulheres saíram dessa mais fortes do que entraram e todas elas pensam uma coisa em comum. Você continua linda! Não nos referimos linda apenas ao físico. Nós entendemos a palavra “linda”, como uma mulher que traz em seu corpo e em seu semblante uma história singular. Uma história de luta, de renovação, de empoderamento. De vida!
Esse texto é especial para mulheres ou pessoas próximas de mulheres que passaram por essa situação. Porém, esse texto cabe a cada um de nós repensarmos os nossos valores, os nossos padrões atuais e o nosso respeito com qualquer pessoa que seja. Pois, o que é ser normal? O que é ser diferente? Todos temos singularidades, e são elas que nos tornam únicos.

Marina Maria e Milene Hada





Referências

https://www.tuasaude.com/mastectomia/ http://www.news-medical.net/health/Types-of-Mastectomy-(Portuguese).aspx 

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582006000200007 

https://www5.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/view/601

https://www.youtube.com/watch?v=T-nv8SMckZc COLBIE CAILLAT – TRY (LEGENDADO) 

https://www.youtube.com/watch?v=oCZ0l5eu2TI A CURA COMEÇA NO PENSAMENTO – DEPOIMENTO DE LUCIANA BARROS SOBRE O CÂNCER DE MAMA 

https://www.youtube.com/watch?v=8gr7wo717uk CAMPANHA 20 ANOS O CÂNCER DE MAMA NO ALVO DA MODA 

https://www.youtube.com/watch?v=-A-fHnP5wNc DOCUMENTÁRIO CÂNCER DE MAMA: DO COMEÇO AO RECOMEÇO 

https://www.youtube.com/watch?v=hTBQq4tyb0I MULHERES DE PEITO – DOCUMENTÁRIO

Nenhum comentário:

Postar um comentário