quinta-feira, 2 de maio de 2013

Espelho, espelho meu...


A revista Lola do mês de fevereiro/2013, trouxe uma entrevista muita interessante intitulada "Beleza não é caráter", concedida pela psicanalista Joana de Vilhena Novaes. Ilustramos o assunto com o cartaz do filme "Espelho, Espelho Meu", onde a personagem de Julia Roberts (a madrasta-bruxa-má) é exageradamente obcecada pela beleza, numa alusão aos dias de hoje. 

Reproduzo aqui duas das perguntas e respostas da entrevista, que nos fazem refletir sobre os excessos que as mulheres cometem em busca da beleza. 

Bjs.
Lê "Maria"


Leandra Paes é fisioterapeuta dermatofuncional.
leandrapaesfisio@gmail.com
54 8129.4968
Atendimento junto ao Estúdio Jefferson Hoffmann
54 3214.8554




LOLA: O que é a moralização da beleza?
JOANA DE VILHENA NOVAES: É um fenômeno que atribui características morais, depreciativas, em razão da aparência do sujeito. A beleza se tornou um dever, e você será um vencedor, uma pessoa obstinada, ou um preguiçoso sem-vergonha, por causa de sua aparência. Nesse estado lipofóbico, a pessoa gorda pode ter o melhor currículo do mundo, mas facilmente é vista como desleixada, preguiçosa, lenta. E produzir rápido é um valor na cultura contemporânea.

LOLA: Quais as consequências do desejo generalizado de emagrecer?
JOANA DE VILHENA NOVAES: Gera uma relação de aprisionamento com o próprio corpo. Anos atrás entrevistei uma menina de 18 anos que dizia que o sonho dela era ficar velha para comer uma macarronada sem culpa. Como quem diz que, ao não se privar mais do prazer de comer, estará liberada do sexo e do mercado amoroso. A mulher ainda se coloca como objeto do desejo de estar o mais atraente possível. Acho que a gente precisa ter uma relação mais generosa com o nosso corpo, e não fazer dele um calvário, uma fonte de sofrimento. E se permitir certos agrados.

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