segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Tudo mais que houver na vida


"Fome de pão e de comida, o que mais houver nesta vida, nenhum remédio que retome a melancolia. Nenhum remédio que cure a melancolia.

Fiz o desfazimento. Quase entre lágrimas inexistentes me sepultei e, quando vi, mesmo antes da morte, ressuscitei. Qual o enigma que nos faz levantar?

Algumas datas marcadas, nenhum encontro agendado, amores pré-faciados, divindades pós-faciadas. A quem mais darei minha face?

Da ultima queda restou a cicatriz invisível. Do último tombo a dor que nunca sinto. Nada é, mas tudo existe. Será que ainda me vejo naquele espelho que não mais existe? E neste outro?

Dos cabelos perdidos na fronha aos pêlos que arranquei com cera na tarde de hoje, assim ando perdendo minhas raízes. Algumas sutilmente perdidas, outras arrancadas pelo calor que finjo não sentir.

Boquiaberta fico no curto espaço de tempo entre o agora e o daqui a pouco, sabendo que tudo é tão curto que nunca mais poderei recuperar.

Um estrondo corta o falso silêncio da sexta-feira – falso porque só eu finjo acreditar – um estrondo que não leva a nada além do vazio onde já estou.

Intimista demais eu me pergunto onde vou chegar. Será possível parar o trem pra fumar?"

Bjs.
Mônica Maria




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